Proteja seus olhos da radiação ultravioleta
O verão está aí e nesta época é comum estarmos mais expostos ao sol do que em outros momentos do ano. Agora, mais do que nunca, devemos estar atentos aos cuidados com a exposição à radiação UV.
Ninguém discute a importância da proteção da pele contra os efeitos nocivos do sol e o uso de cremes e loções com fator de proteção contra raios UV-A e UV-B são extremamente comuns e bem aceitos. Atualmente, com o crescimento do número de pessoas praticantes de atividades físicas em espaços abertos, até mesmo roupas com proteção contra os raios UV tem se tornado comum.
Entretanto, quando falamos de saúde dos olhos acabamos não tomando o mesmo cuidado que tomamos com a pele, mas deveríamos, por isso vamos tratar neste texto dos riscos associados à exposição desprotegida ao sol e o que fazer para evitar possíveis riscos.
O que é a radiação ultravioleta?
O termo “radiação” normalmente nos causa arrepios. Isso acontece porque estamos acostumados a utilizar esta palavra para designar um tipo específico de radiação à radioatividade, ou seja, a radiação emitida espontaneamente por alguns elementos químicos, que se caracteriza por ser um tipo de energia perigosa para a vida e que está relacionada a casos famosos como a contaminação por Césio-137 que aconteceu em Goiânia nos anos 90 ou o acidente com a usina de Fukushima mais recentemente.
No entanto, o termo radiação é mais abrangente do que a radioatividade que é do que se trata os exemplos que acabamos de dar. A luz, seja do sol, seja de uma lâmpada ou de uma chama é radiação e no caso específico da luz estamos acostumados a fazer o link com aquilo que enxergamos, com a diferença entre claro e escuro, mas luz é um conceito mais amplo do que isso.
Na realidade, a radiação luminosa pode ser dividida, grosso modo, em radiação visível e não visível. A luz visível é essa que percebemos em nosso dia a dia com o sentido da visão, enquanto que um tipo muito comum de luz invisível que percebemos com outro sentido é o calor emanado por uma chama, por exemplo.
No caso do calor temos um tipo de radiação luminosa invisível que está compreendida em uma faixa do espectro conhecido como infravermelho. Para entendermos um pouco melhor do que se tratam essas faixas do espectro luminoso, precisamos voltar às aulas de ciência da escola quando estudamos o arco-íris.
O arco-íris é a decomposição da luz branca em suas diversas faixas da luz visível e que costumamos separar em sete cores, vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta. Cada uma dessas cores pode ser definida segundo conceitos físicos de frequência e comprimento de onda, mas não vamos entrar em detalhes neste sentido. Basta saber que variando do vermelho ao violeta temos o aumento progressivo na frequência da radiação luminosa e concomitante diminuição do comprimento de onda.
Em extremos opostos do espectro, abaixo do vermelho e acima do violeta estão as duas faixas do espectro não visível à quais estamos mais acostumados a ouvir falar, o infravermelho (que já mencionamos e que percebemos como o calor) e o ultravioleta, que não conseguimos perceber com nossos sentidos e por isso acaba sendo tão perigoso.
Como os raios UV agem no corpo?
Estes raios ultravioleta são um tipo de radiação de grande energia e que por isso podem interagir com nossos corpos de maneiras perigosas, interagindo com o DNA de nossas células, por exemplo, e aumentando o risco de ocorrerem mutações genéticas.
Se por um lado essa radiação nos dá aquele bronzeado no verão, isso só acontece porque o escurecimento da pele é uma resposta fisiológica de proteção contra possíveis efeitos nocivos dos raios UV.
O aumento da melanina na pele tem a função de criar “sombra” sobre nossas células, agindo como uma barreira à radiação UV para nos proteger contra mutações genéticas que causam câncer. Este é um mecanismo que apesar de não ser infalível, funciona muito bem, entretanto, todos reconhecemos que o uso de filtros solares adiciona uma barreira adicional importante de proteção para a pele.
Já em nossos olhos a radiação UV apresenta riscos adicionais, porque não existe um mecanismo de proteção dos olhos como há na pele. Desta forma, a exposição desprotegida a esses raios pode levar ao desenvolvimento de diversas doenças oculares.
O que os raios UV podem causar nos olhos?
Os raios ultravioleta podem interagir com as várias estruturas que formam nossos olhos, podendo causar diferentes tipos de danos.
Na esclera, a parte branca das laterais dos olhos, a radiação UV pode causar o pterígio, uma membrana fibrosa e irrigada com vasos sanguíneos que cresce em sentido à córnea e que se não tratada pode bloquear a passagem da luz, causando problemas visuais.
Na córnea, a membrana que recobre a íris externamente, a luz UV pode causar queimaduras sérias que podem, em casos graves, causar cegueira.
No cristalino, a lente que está localizada logo atrás da íris, os raios UV interagem com as proteínas que formam essa lente, causando sua degradação. Como essa estrutura não recebe irrigação sanguínea, os mecanismos de reparo naturais do corpo não são eficientes na remoção das proteínas degradadas e seu acúmulo causa o que conhecemos como catarata, uma doença para a qual o tratamento definitivo é cirúrgico.
Na retina, a parte dos olhos responsável pela visão em si, podem ocorrer lesões sérias e irreversíveis com a morte das células que captam a luz, levando à cegueira. Uma das doenças mais comuns e a principal causa de cegueira no mundo, temos a degeneração macular, normalmente associada ao envelhecimento, mas que pode ser causada em pessoas jovens justamente por exposição aos raios UV.
Como evitar a exposição dos olhos aos raios UV?
Assim como cuidados de nossa pele, os olhos também precisam ser protegidos contra os raios ultravioleta e para isso as estratégias são basicamente as mesmas.
- Evitar a exposição à luz solar direta. Sempre que formos nos expor ao sol, os olhos devem estar protegidos, então na beira da piscina ou na praia, quando for tomar aquele bronze, cubra os olhos com uma barreira física, como óculos escuros.
- Evite os horários de maior incidência deste tipo de radiação, normalmente entre 10h da manhã e 16h. Neste período não descuide, especialmente com as crianças.
- Escolha seus óculos com cuidado. Nunca compre óculos de sol sem ter a garantia de que as lentes receberam o tratamento adequado contra raios UV-A e UV-B, senão os óculos escuros ao invés de protegerem os olhos poderão se tornar grandes vilões.
- Jamais olhe diretamente para o sol!
Com esses cuidados você estará protegido dos riscos da exposição aos raios UV e poderá curtir o verão sem ter dores de cabeça.
Ficou com alguma dúvida? Está saindo de férias e precisa de orientação? Já foi viajar e percebeu algo de estranho com seus olhos?
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