Quais são os cuidados com a cirurgia ocular na terceira idade?
Com o avanço científico das últimas décadas temos conseguido permitir que vivamos com qualidade de vida por muito mais tempo que nossos avós. Isso está associado a hábitos de vida saudáveis, mas também a existência de um repertório de técnicas que nos permitem resolver eventuais problemas, entre eles os relacionados à visão.
Com o aumento da expectativa de vida da população, surge a necessidade de as especialidades médicas se adequarem a essa realidade para que tenhamos todos um envelhecimento de qualidade. Neste sentido, a manutenção da acuidade visual é essencial para que possamos ter preservada nossa autonomia, entretanto, quando se trata de procedimentos cirúrgicos oculares, alguns cuidados devem ser observados no paciente acima de 60 anos de idade.
O estado de saúde geral é primordial para uma cirurgia
Via de regra, se o paciente goza de boa saúde não há restrições para a realização de cirurgias oculares. Devemos, entretanto, sempre estar atentos para condições gerais relacionadas à saúde do idoso que podem se apresentar como fatores de risco para intervenções cirúrgicas.
Alterações cardiovasculares
A hipertensão é sempre um fator que precisa ser levado em conta quando se trata de pacientes acima dos 60 anos.
Idade avançada e hipertensão são fatores de risco para o desenvolvimento de arteriosclerose e modificações na estrutura dos vasos pode levar ao desenvolvimento de um quadro inflamatório vascular que pode impactar no prognóstico, com maior risco de embolia ou trombose.
Além de hipertensão, pacientes que fazem uso de medicamentos anticoagulantes precisam consultar seu cardiologista anteriormente ao procedimento cirúrgico ocular para avaliar a possibilidade de suspensão temporária do medicamento em alguns casos, especialmente quando a cirurgia envolve estruturas vascularizadas. Cirurgias como as refrativas, para catarata ou transplante de córnea normalmente não necessitam dessa suspensão do medicamento.
Alterações respiratórias
Cuidado adicional deve ser tomado quando o paciente apresenta complicações respiratórias e o procedimento cirúrgico envolve a utilização de anestesia geral. Para casos de anestesias locais, não há grandes complicações.
Vale ressaltar que há casos de pacientes que necessitam de anestesia profunda por conta de alterações como doença de Parkinson, coreia de Huntignton ou outras desordens do movimento que impossibilitem o paciente permanecer voluntariamente em repouso durante o procedimento.
Alterações renais e hepáticas
Pacientes que necessitam de hemodiálise ou com cirrose hepática são pacientes de risco para qualquer procedimento cirúrgico e a avaliação deve ser muito cuidadosa e criteriosa visto que virtualmente todos os medicamentos necessitam da adequada função hepática e/ou renal para seu metabolismo e excreção, o que pode causar complicações pós-operatórias.
Finasterida
Especificamente para casos de cirurgia de catarata, pacientes que fazem uso de drogas como finasterida ou outros inibidores da 5-alfa-redutase, seja para o tratamento de alterações benignas de próstata ou calvície, necessitam de avaliação criteriosa uma vez que estes medicamentos aumentam a chance de desenvolvimento de síndrome da íris flácida. E isto pode ser um fator de complicação intraoperatório na cirurgia de catarata
Diabetes
Sabemos que pacientes com diabetes apresentam maior chance de desenvolvimento de problemas de retina e podem necessitar de intervenção cirúrgica, no entanto, a glicemia fora de controle é fator de risco para a ocorrência de infecções, dificuldades de cicatrização ou exacerbação de resposta inflamatória, o que justifica o cuidado extra na avaliação de cirurgias oftálmicas.
Saúde mental
Estes casos são especialmente delicados por se tratarem de pacientes que não se encontram em seus estados mentais plenos. Isso acaba dificultando a tomada de decisão e, muitas vezes, a cooperação do paciente no momento do procedimento e no pós-cirúrgico, por isso a família precisa estar de acordo e comprometida com o médico e o paciente.
Pacientes com depressão, por exemplo, podem se beneficiar de uma cirurgia para catarata pela melhora na qualidade de vida, entretanto a tomada de decisão pela intervenção pode ficar prejudicada pelo quadro depressivo e é extremamente importante que o médico oftalmologista tenha conhecimento e consciência do estado emocional do paciente para poder escolher a melhor abordagem durante as etapas pré e pós-operatórias.
Cirurgias oculares na terceira idade podem trazer grandes benefícios e melhora na qualidade de vida, mas precisam ser tratadas com atenção especial.
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